Diário 6 - Para Todos os Homens que Amei
Diário 6 - Para Todos os Homens que Amei
Laércio com dezesseis anos,
Beijos escondidos atrás
Das árvores de uma praça,
Me lembro como eu tremia
Quando ele me tocava,
Tudo aventura da
Falta de experiência.
Tatuagem no pescoço,
Acho que um escorpião
Mal desenhado,
Cheiro de cigarro,
Boné para trás.
Sorte que ele me roubou
Apenas beijos.
Nildo, amigo de meu pai
Que na altura dos seus
Quarenta anos,
Casado e com uma filha pra criar
Me dizia que iria largar tudo
Para se casar comigo,
E eu fingia que acreditava
Mas nem a juventude me fazia
Ingênuo a esse ponto.
Gustavo, olhos azuis
E tão alto que eu tinha
De ficar na ponta dos pés
Para alcançar seus lábios.
Gustavo chorava facil,
Magoado com minhas grosserias,
E eu era grosseiro com frequência
E isso ele não merecia.
Roberto, baixinho e envocado,
Pessoa que até hoje
Não sei dizer se entendi
E nem se me fiz entender.
Não fiz Roberto feliz
E nem ele me fez
Mas nós verdadeiramente tentamos.
Eduardo, carente.
Era de olhos tristes
E faria qualquer coisa
que eu pedisse
Por puro medo de eu ir embora.
E sem exitar eu fui.
André, sorriso bonito
Mas o pior dos erros.
Nada culpa dele,
A confusão foi toda minha.
Ele não era um inocente
Apenas a pessoa errada,
Mesmo que fosse
O meu tipo de homem.
André tinha um filho
E eu disse a ele mais de uma vez
"Eu detesto crianças".
De fato eu detesto,
A única exceção são
As que tem meu sangue,
Porém dizer a um pai
Uma coisa dessas
É uma indelicadeza sem tamanho,
E foi o que fiz.
Hélio, uma montanha
Que em uma cama king size
Ainda ficava com os pés para fora.
Clichê, me levou no Ibirapuera
Como dezenas fizeram antes,
Mas ele era engraçado,
Dramático, tomamos um
Banho de chuva
E ele parecia estar a ponto
De morrer de hipotermia.
Não pude ter Hélio por muito tempo
Mas o tempo que durou
Valeu a pena.
Silvio... ah Silvio...
A primeira vez que eu o vi
Tinha sete anos de idade.
O reencontro se deu
Com ele ja tendo cabelos brancos.
Até hoje Quando algum carro
Buzina muito perto
Eu me viro crente
Que vou ver Silvio rindo
Colado no volante
Achando que me assustou.
Mas já não é ele,
Ele se foi
E levou parte minha junto.
Tenho quase trinta anos
E já amei oito.
Bem, na verdade
Ja fiz sexo com acho
Que cinco vezes esse número
Mas amor mesmo
Senti pelos oito.
Não falo isso com orgulho,
Não é de se orgulhar.
Me arrependo profundamente
De ter me relacionado
Com cada um deles.
Me arrependo
Pois todos me marcaram profundamente,
Como tatuagens no meu rosto
Ou cicatrizes no meu peito.
Muitas coisas ruins aconteceram
Mas não é por isso que me arrependo,
Me arrependo pela saudade
Que sinto de cada um.
Saudade de como Laércio
Me fazia sentar no colo dele
E então cochichava em meu ouvido
Coisas muito engraçadas.
Saudade de como Nildo
Apoiava os bracos nas minhas coxas
Enquanto eu estava na garupa da moto,
E de como ele insistia para que eu
Me segurasse abraçados a sua cintura.
Saudade de como gustavo
Pousava a cabeça no meu ombro
Quando estava cansado,
A forma como parecia depender de mim
Me fazia sentir forte.
Saudade de Roberto cozinhando
Macarrão com molho Branco
E conversando comigo
De modo que pareciamos
Mais irmãos que namorados.
Saudade de Eduardo
Me prensando contra a parade
E me enchendo de beijos
Mesmo quando eu dizia
Que já estava atrasado para o trabalho.
Saudade do cheiro de André
De quando passávamos a noite juntos
E ele me fazia adormecer
Acariciando a minha nuca.
Saudade de Hélio sorrindo
Com a testa úmida de suor
E pedindo que eu fizesse coisas
Que não posso nem ousar escrever aqui.
Saudade de Silvio
Que após dizer que nossa relação
Não era nada além de sexo
Se arrependeu e com os olhos cheios
De lágrimas me pediu para lhe
Dar um abraço a ficar mais uma noite.
Sinto saudade de todos
E Então percebo
Que na verdade eu sinto é uma
Enorme saudade de mim,
De quem eu fui quando estava com eles.
Dizem que toda experiência
É para a vida necessario aprendizado,
Mas para falar a verdade
Preferia ter ficado sem saber
Do que sentir tanta saudade.
Laércio com dezesseis anos,
Beijos escondidos atrás
Das árvores de uma praça,
Me lembro como eu tremia
Quando ele me tocava,
Tudo aventura da
Falta de experiência.
Tatuagem no pescoço,
Acho que um escorpião
Mal desenhado,
Cheiro de cigarro,
Boné para trás.
Sorte que ele me roubou
Apenas beijos.
Nildo, amigo de meu pai
Que na altura dos seus
Quarenta anos,
Casado e com uma filha pra criar
Me dizia que iria largar tudo
Para se casar comigo,
E eu fingia que acreditava
Mas nem a juventude me fazia
Ingênuo a esse ponto.
Gustavo, olhos azuis
E tão alto que eu tinha
De ficar na ponta dos pés
Para alcançar seus lábios.
Gustavo chorava facil,
Magoado com minhas grosserias,
E eu era grosseiro com frequência
E isso ele não merecia.
Roberto, baixinho e envocado,
Pessoa que até hoje
Não sei dizer se entendi
E nem se me fiz entender.
Não fiz Roberto feliz
E nem ele me fez
Mas nós verdadeiramente tentamos.
Eduardo, carente.
Era de olhos tristes
E faria qualquer coisa
que eu pedisse
Por puro medo de eu ir embora.
E sem exitar eu fui.
André, sorriso bonito
Mas o pior dos erros.
Nada culpa dele,
A confusão foi toda minha.
Ele não era um inocente
Apenas a pessoa errada,
Mesmo que fosse
O meu tipo de homem.
André tinha um filho
E eu disse a ele mais de uma vez
"Eu detesto crianças".
De fato eu detesto,
A única exceção são
As que tem meu sangue,
Porém dizer a um pai
Uma coisa dessas
É uma indelicadeza sem tamanho,
E foi o que fiz.
Hélio, uma montanha
Que em uma cama king size
Ainda ficava com os pés para fora.
Clichê, me levou no Ibirapuera
Como dezenas fizeram antes,
Mas ele era engraçado,
Dramático, tomamos um
Banho de chuva
E ele parecia estar a ponto
De morrer de hipotermia.
Não pude ter Hélio por muito tempo
Mas o tempo que durou
Valeu a pena.
Silvio... ah Silvio...
A primeira vez que eu o vi
Tinha sete anos de idade.
O reencontro se deu
Com ele ja tendo cabelos brancos.
Até hoje Quando algum carro
Buzina muito perto
Eu me viro crente
Que vou ver Silvio rindo
Colado no volante
Achando que me assustou.
Mas já não é ele,
Ele se foi
E levou parte minha junto.
Tenho quase trinta anos
E já amei oito.
Bem, na verdade
Ja fiz sexo com acho
Que cinco vezes esse número
Mas amor mesmo
Senti pelos oito.
Não falo isso com orgulho,
Não é de se orgulhar.
Me arrependo profundamente
De ter me relacionado
Com cada um deles.
Me arrependo
Pois todos me marcaram profundamente,
Como tatuagens no meu rosto
Ou cicatrizes no meu peito.
Muitas coisas ruins aconteceram
Mas não é por isso que me arrependo,
Me arrependo pela saudade
Que sinto de cada um.
Saudade de como Laércio
Me fazia sentar no colo dele
E então cochichava em meu ouvido
Coisas muito engraçadas.
Saudade de como Nildo
Apoiava os bracos nas minhas coxas
Enquanto eu estava na garupa da moto,
E de como ele insistia para que eu
Me segurasse abraçados a sua cintura.
Saudade de como gustavo
Pousava a cabeça no meu ombro
Quando estava cansado,
A forma como parecia depender de mim
Me fazia sentir forte.
Saudade de Roberto cozinhando
Macarrão com molho Branco
E conversando comigo
De modo que pareciamos
Mais irmãos que namorados.
Saudade de Eduardo
Me prensando contra a parade
E me enchendo de beijos
Mesmo quando eu dizia
Que já estava atrasado para o trabalho.
Saudade do cheiro de André
De quando passávamos a noite juntos
E ele me fazia adormecer
Acariciando a minha nuca.
Saudade de Hélio sorrindo
Com a testa úmida de suor
E pedindo que eu fizesse coisas
Que não posso nem ousar escrever aqui.
Saudade de Silvio
Que após dizer que nossa relação
Não era nada além de sexo
Se arrependeu e com os olhos cheios
De lágrimas me pediu para lhe
Dar um abraço a ficar mais uma noite.
Sinto saudade de todos
E Então percebo
Que na verdade eu sinto é uma
Enorme saudade de mim,
De quem eu fui quando estava com eles.
Dizem que toda experiência
É para a vida necessario aprendizado,
Mas para falar a verdade
Preferia ter ficado sem saber
Do que sentir tanta saudade.
Amo sua forma de pensar e tão parecida com a minha.
ResponderExcluirObrigado, fico feliz
ExcluirUau Felipe!
ResponderExcluirQue texto, mergulhei-me e vi minha vida.
Como que faz pra ser seu amigo? ♥️