Nanã Buruku

Nana Buruku
A mais velha das Divindades.

A história de Nana é longa
Ela vem de muito longe.

Se conta que quando os Orixas
Vieram para a terra
Crentes que iriam criar tudo do zero
Nanã aqui ja estava
E já era antiga
E muito espantados eles não sabiam
Como ela existia.
Os Orixas não são os Deuses mais antigos
Não, antes deles vieram os Voduns.
Existe um povo que mora em Ghana
Eles se chamam Akan
E dentro dos Akan existe um grupo
Menor ainda e muito antigo
Chamado Ashanti
E foi para os Ashanti que Nanã Nasceu.
Os Ashanti não chamavam ela de Nanã
Pois Nanã significa
Na língua deles "mamãe"
E isso ela era sim
Mas também tinha nome
Ela se chamava Nansing.
Sim, Nansing a deusa das mulheres.
Ela era conhecida por armazenar
Água de baixo da terra
Fazendo correr rios subterrâneos
Então era cultuada dentro de uma caverna.
Fora isso o poder mais evidente dela
Era o de dar início a vida
Mas principalmente de por um fim nela.
Mas não se assuste
Nansing ou Nanã
E uma deusa muito boa
E o fazer morrer não é nada maligno
Pois a morte nada mais é
Que um acontecimento natural.
Nansing era tão benevolente
Com os Ashanti
Que outros povos também
Desejaram prestar culto
E então Nansing se tornou
Vodun Nanã
Sendo cultuada por muita gente
Os povos Fon, Fanti, Ewe, Mina
Junto com os Ashanti
Faziam culto a Nanã.
Então ela foi uma deusa primordial
Por muito tempo
Sendo protetora das mulheres
Que faziam de seu culto
Uma sociedade matriarcal.
Foi então que Nana realmente
Se tornou mãe
E teve seus primeiros filhos.
Para o povo Ewe ela gerou
Um casal de gêmeos,
A deusa Mawu e o deus Lissá.
Mawu e Lissá eram gêmeos
E juntos criaram todos os Voduns
Do panteão.
Então Ananu, Sakpata
Sogbo, Gbadé, Gu e todos os demais Voduns
São fruto da descendência de Nanã.
Mas ela não se deu por satisfeita
E continuou sua jornada
Ela ja havia reinado nos Ashanti
Ja havia criado os Deuse dos Ewe
Ja havia sido reconhecida pelos Mina
Ja havia também recebido o amor dos Fon
Mas havia mais gente ali
Havia um povo chamado Aku
Que são os ancestrais dos Yoruba.
Quando os Orixas, Deuses dos Yoruba
Chegaram
Nanã ja era louvada ali
E os Orixas não tiveram como negar
Que Nanã era poderosa.
Então Nanã que era uma Vodun
Foi também aceita como uma Orixa
E os Yoruba lhe deram o título
De Omolu, a filha de Deus.
Nanã no meio dos Yoruba também foi amada.
Entre os Yoruba ela acho dois Deus
A qual entregou seu coração.
O primeiro foi Oxalá
Mas este se casou com duzentas esposas
E Nanã não quis ser so mais uma.
O segundo foi Sanponna
Da qual ela foi esposa por muito tempo
E há quem diga que é mulher dele
Até os dias de hoje.
Mas como nem tudo são flores
Nanã também encontrou resistência.
Ogun, Deus do ferro e da evolução
Certa vez ordenou que os Orixas
Lhe prestassem homenagens
Pois o ferro era dele invenção.
Mas Nanã isso não aceitou
Antes de Ogun pensar em existir
Ela já existia
E nunca precisou dele para nada
Se virava muito bem obrigada
E então ao invés de honrar a evolução
Ela preferiu se manter na tradição.
Ogun muito nervoso
Pois é por demasia agitado
Ja logo puxou o facão
"Se tu não me respeita eu lhe declaro guerra!"
Ele disse
E Nanã sorrateira
Aceitou com ele ter um duelo
E provocou a todos
Que a força do jovem
Não quebra a sabedoria do velho.
Quando Ogun a atacou com a espada
Ela atirou nele seu pó de feitiço
E Ogun, um homenzarrão músculos
Caiu aos pés dela
Desacordado e indefeso
Enfeitiçado.
Nana então jurou a todos os Orixas
Ali presentes nunca por mão
Em nada que fosse de Ogun
Pois ela era muito orgulhosa
E até os dias de hoje cumpriu a palavra
E tem se virado muito bem.
Nanã com seu poder de criação
Criou também um Orixa
A partir de si mesma
Uma serpente python
Ele é chamado Oxumare, o Deus do Arco-Íris.
Milhares de milhares da anos
Se passaram e ninguém se esqueceu de Nanã
E hoje aqui do outro lado do oceano
Nos também a lembramos dela
Sabemos quem ela é
E ela para nos é Vodun, é Orixa
É mãe
E vem dançar conosco
Através de suas filhas
Ninando no colo
O seu cetro ibiri
Que representanta seus filhos.

Saluba Nanã!