Maria Padilha das Almas
Sou Maria Padilha
Que tem nome de Rainha
E tal como a depravada da Espanha
Eu também tive artimanha.
Eu sou a que é dona do cabaré
Não fui eu que plantei a semente
Mas fui eu que a mantive em pé.
Tu sabe o meu nome
Se falam de mim tu sabe quem é.
Eu sou a maior entre as maiores
E melhor entre as melhores
A que se veste de vermelho
A que não reflete no espelho
A que dança ciranda com as diabruras
E que beija a boca do tinhoso
Pra disputar qual mais queima.
Não me tenha como desumilde
Pois o que eu falo não é soberba
E sim a verdade
Do me serviria a humildade?
Nasci no lixo
Parida feito bicho
Cresci na sarjeta
Minha infância perdida
Minha inocência retirada
Como se não fosse importante
Como se eu não fosse nada.
A princípio eu tive medo
Pois o medo é humano
E mesmo que seja fonte de engano
Eu não era imune
Mas o mal me assolava
Todos os dias
Todas as noites me sondava
Todas as horas mas alcançava
E a perversidade
Me destruia, me batia
Como martelo em prego novo
E toda vez que eu me erguia
Vinha a vida e marretava de novo
Até que então eu aprendi
Que para vencer neste jogo
Devia deixar de ser vítima
De ser moça indefesa
E dar vazão a real natureza
Me tornar vilã, peçonhenta vibora
E ai para o mal eu me rendo
E de moça faceira
Me converti em feiticeira
E tomei posse de tudo que queria
Se eu gostava de algo, para mim trazia
E se gostava de alguém
Aos meus pés ele caía.
Com as artes do inferno
Com o malefício do fogo
Com frio do inferno
Fazia tudo de novo.
E costurava nomes malditos
Em mortalha de gente suja
Pra conseguir trazer pra mim
A força da bruxaria.
Tantas foram as mulheres
Que aprenderam na minha cartilha
E eu as lidero
Como a alfa em matilha
Pois eu não ando só
Muitas são as Padilhas
Mas se acha que vais me confundir
Tenha muita calma
Por mais que muitas usem meu nome
Só existe uma Padilha das almas.
Sou eu quem tenho sete maridos
Mas que ainda sou solteira
Pois nunca achei quem me queira
Ou na verdade quem me suporte
Pois nos meus olhos eles veem a morte
E isso eu não oculto
Debaixo da minha saia carrego o vulto
De desgraça e desilusão
Mas não sou de todo malvadeza
Pra quem me respeita
E me tem como alteza
Eu concedo regalia
E pra quem eu uso de morada
Eu protejo todo dia
E minha boa amizade
É trunfo de grande valia
Mas eu não sou freira
Pra ser caridosa
Se queres favor que seja feita uma troca
Vamos ordenar um negocio
Eu não moro em convento
Pra interceder em qualquer advento
Então va logo se coçando
E me algum presente
Algo que preste com certeza
Coisa de ouro ou de prata
Ou que tenha grande beleza
Se for pobretão eu não cobro muito
Mas se eu atendo e não me paga
Te faço virar defunto
E para quem diz que Padilha não mata
Va la no cemitério fazer essa pergunta
Pois muitos dos que estão lá
Eu que botei em cova funda
Porque me por desaforo custa caro
E dívida de honra não tem perdão.
Se isso te assusta ja fica aqui o aviso
Eu não sou anjo pra ser boa
Nem diabo pra ser teu inimigo
Mas não sou joguete na mão de ninguém
Leve a sério ou não vai se dar bem
E se isso tudo lhe pareceu ameaçada
É porque é isto mesmo meu bem.
Eu uso agulha
Eu uso osso
Eu uso o boneco de pano
E o coração da vaca
O sangue do bode
E a folha de comigo-ninguém-pode
E eu bebo como vinho fosse agua
Mas ainda sou bela dama
Ainda sou formosa
Mesmo montada no lombo do cão
Eu ainda sou a poderosa.
Pra quem é do saravá
Deixe logo de besteira
De achar que eu sou de esquerda
Pois eu não modo de nenhum lado
Eu moro mesmo é lá em baixo
Sob a pedra do sepulcro
Onde existe grande palácio
Que a perede não tem tijolo
E sim cabeça de homem tolo.
Pra quem é do Laroye
Não fiquem me pondo de africana
Pois eu nasci aqui mesmo
Essa terra é o meu berço
Esse solo minha cama.
Pra todo mundo que se entende
E meu recado compreende
Sabem bem onde me achar
Bora então acabar o papo
Pois eu tenho de trabalhar!
.
.
.
.
.
.
.
Saravá a Maria Padilha das almas!
Espero que tenham gostado
Quem quiser encomendar desenhos pode me chamar no whatsapp
11944833724
Que tem nome de Rainha
E tal como a depravada da Espanha
Eu também tive artimanha.
Eu sou a que é dona do cabaré
Não fui eu que plantei a semente
Mas fui eu que a mantive em pé.
Tu sabe o meu nome
Se falam de mim tu sabe quem é.
Eu sou a maior entre as maiores
E melhor entre as melhores
A que se veste de vermelho
A que não reflete no espelho
A que dança ciranda com as diabruras
E que beija a boca do tinhoso
Pra disputar qual mais queima.
Não me tenha como desumilde
Pois o que eu falo não é soberba
E sim a verdade
Do me serviria a humildade?
Nasci no lixo
Parida feito bicho
Cresci na sarjeta
Minha infância perdida
Minha inocência retirada
Como se não fosse importante
Como se eu não fosse nada.
A princípio eu tive medo
Pois o medo é humano
E mesmo que seja fonte de engano
Eu não era imune
Mas o mal me assolava
Todos os dias
Todas as noites me sondava
Todas as horas mas alcançava
E a perversidade
Me destruia, me batia
Como martelo em prego novo
E toda vez que eu me erguia
Vinha a vida e marretava de novo
Até que então eu aprendi
Que para vencer neste jogo
Devia deixar de ser vítima
De ser moça indefesa
E dar vazão a real natureza
Me tornar vilã, peçonhenta vibora
E ai para o mal eu me rendo
E de moça faceira
Me converti em feiticeira
E tomei posse de tudo que queria
Se eu gostava de algo, para mim trazia
E se gostava de alguém
Aos meus pés ele caía.
Com as artes do inferno
Com o malefício do fogo
Com frio do inferno
Fazia tudo de novo.
E costurava nomes malditos
Em mortalha de gente suja
Pra conseguir trazer pra mim
A força da bruxaria.
Tantas foram as mulheres
Que aprenderam na minha cartilha
E eu as lidero
Como a alfa em matilha
Pois eu não ando só
Muitas são as Padilhas
Mas se acha que vais me confundir
Tenha muita calma
Por mais que muitas usem meu nome
Só existe uma Padilha das almas.
Sou eu quem tenho sete maridos
Mas que ainda sou solteira
Pois nunca achei quem me queira
Ou na verdade quem me suporte
Pois nos meus olhos eles veem a morte
E isso eu não oculto
Debaixo da minha saia carrego o vulto
De desgraça e desilusão
Mas não sou de todo malvadeza
Pra quem me respeita
E me tem como alteza
Eu concedo regalia
E pra quem eu uso de morada
Eu protejo todo dia
E minha boa amizade
É trunfo de grande valia
Mas eu não sou freira
Pra ser caridosa
Se queres favor que seja feita uma troca
Vamos ordenar um negocio
Eu não moro em convento
Pra interceder em qualquer advento
Então va logo se coçando
E me algum presente
Algo que preste com certeza
Coisa de ouro ou de prata
Ou que tenha grande beleza
Se for pobretão eu não cobro muito
Mas se eu atendo e não me paga
Te faço virar defunto
E para quem diz que Padilha não mata
Va la no cemitério fazer essa pergunta
Pois muitos dos que estão lá
Eu que botei em cova funda
Porque me por desaforo custa caro
E dívida de honra não tem perdão.
Se isso te assusta ja fica aqui o aviso
Eu não sou anjo pra ser boa
Nem diabo pra ser teu inimigo
Mas não sou joguete na mão de ninguém
Leve a sério ou não vai se dar bem
E se isso tudo lhe pareceu ameaçada
É porque é isto mesmo meu bem.
Eu uso agulha
Eu uso osso
Eu uso o boneco de pano
E o coração da vaca
O sangue do bode
E a folha de comigo-ninguém-pode
E eu bebo como vinho fosse agua
Mas ainda sou bela dama
Ainda sou formosa
Mesmo montada no lombo do cão
Eu ainda sou a poderosa.
Pra quem é do saravá
Deixe logo de besteira
De achar que eu sou de esquerda
Pois eu não modo de nenhum lado
Eu moro mesmo é lá em baixo
Sob a pedra do sepulcro
Onde existe grande palácio
Que a perede não tem tijolo
E sim cabeça de homem tolo.
Pra quem é do Laroye
Não fiquem me pondo de africana
Pois eu nasci aqui mesmo
Essa terra é o meu berço
Esse solo minha cama.
Pra todo mundo que se entende
E meu recado compreende
Sabem bem onde me achar
Bora então acabar o papo
Pois eu tenho de trabalhar!
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Saravá a Maria Padilha das almas!
Espero que tenham gostado
Quem quiser encomendar desenhos pode me chamar no whatsapp
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