O Acarajé de Iyansa



O Acarajé é de Iyansa
Eepa Heyi!

Não é coisa nova
Não é modernidade
É coisa muito da antiga.
Não é um ano nem uma década
Mas sim milhares de anos atrás
Na terra sagrada chamada África
Vivia uma mulher
Que não era só gente
Não...
Ela era Oyá, também chamada Iyansa
Uma Deusa encarnada.
Na África existe 
Muita comida gostosa de se comer
Mas Iyansa não é qualquer uma
Pra comer qualquer coisa
Não...
Iyansa criou uma comida dela
Só dela.
Essa comida foi criada com muita atenção
Pois Iyansa é uma mulher danada de esperta.
Ela foi até a feira pública, 
Que é o mercado que na língua antiga
Se chama Ojà.
No Ojà ela comprou èwà, 
Que é o feijão fradinho,
Comprou tambem Epo-pupa, 
Que é o azeite de dendê
E a àlùbósà, que é a cebola. 
Com muita paciência Iyansa 
Praparou a massa de feijão
Temperou com a cebola
Fez um bolinho e fritou 
No azeite de dendê.
O bolinho ficou vermelho como
Se fosse uma brasa retirada 
Da fogueira
E Oyá então o nomeou "Akara"
O bolinho que era como uma brasa!
Akara-je, Acarajé, a brasa de comer! 
E Iyansa se fartou  
Se deliciou comendo aqueles bolinhos
Quentes como o puro fogo.

Aqui enquanto eu desenho e escrevo
Me pego pensando
Será que  Iyansa imagina 
Milhares de anos depois
Aqui do outro lado do oceano
Ela teria suas filhas 
Fazendo o mesmo processo
Que ela um dia fez?
Que as Baianas com tanta alegria
Fariam Acarajé e além de usar
Para lhe fazer oferenda
Elas também tiraram seu sustento
E ganhariam fama com ele?
Iyansa deve ser muito orgulhosa
De saber que todo povo de lá
E todo povo de cá
Já comeu de sua comida.
Eepa Heyi Iyansa!
O Acarajé é comida de Orixa!




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